9 de fev. de 2011

Brasil: um país onde ser vice; é crime

Ser desportista no Brasil não é uma tarefa fácil. Há muito tempo que nós possuímos a tradição de vangloriar os nossos vencedores e ridicularizar os perdedores.
Mas quem é perdedor nesse mundo dos esportes, afinal? Aquele que chega ao vice-campeonato por duas vezes em um mundial de Fórmula 1? Aquela seleção que leva prata e bronze nas Olimpíadas, mas não fatura o ouro? Aquele atleta que passou por uma vida difícil e se sente feliz por ter a honra de apenas disputar um campeonato mundial?
Por que eles são perdedores? Quantos  de nós, no mais íntimo dos nossos desejos, não gostaríamos de ter pilotado uma Ferrari como fez Rubens Barrichello? Quantos não gostariam de ter sido vice-campeão do mundo por duas vezes.
Eu adoraria isso… Mas, infelizmente, nem todas as pessoas partilham o mesmo sentimento de orgulho ao ver um desportista nacional em lugares de destaque ao redor do mundo.
Essas pessoas não sabem que a vitória não está no ponto alto do pódio. Ela se encontra nas pequenas conquistas que vamos adquirindo ao longo dos anos.
Você não ficaria orgulhoso de ser nomeado vice-presidente na empresa onde trabalha? E qual seria o teu sentimento se todos falassem que você é um perdedor por não ter sido presidente, mesmo que aquele cargo ocupado já seja um troféu para você?
Eu ficaria magoado porque sei o quanto precisei batalhar para chegar até lá. Apenas eu saberia o quão difícil foi chegar ao posto de vice-presidente. Assim como Rubens Barrichello sabe, na Fórmula 1, como foi complicado ser duas vezes o número dois do mundo.
Tudo isso porque elas fazem parte de um país onde o segundo lugar se trata de um crime inafiançável. No Brasil, não há saída para quem é vice. Ele deve ser condenado, jogado às masmorras da vida.
O que elas não compreendem é que vencer não é chegar em primeiro sempre. A verdadeira vitória está na luta pela conquista.
Rubens Barrichello é um vencedor ao seu modo. Ser campeão, para mim, nesse meu cubículo onde escrevo esse texto, não fará diferença. A história de Rubinho o faz um “true champion” (verdadeiro campeão), como diriam os ingleses. Não importa o que digam os outros. Na verdade, ele conquistou o que muitas pessoas que o criticam gostariam de conquistar. Cometeu o crime de ser feliz..
Este é um texto feito em 2009 que você encontra na íntegra neste link, e pra que não lembra o que estava acontecendo neste período, Rubens estava na disputa pelo campeonato, ocupou o segundo posto do por várias corridas e acabou em terceiro, colocação que também ficou também em 2001. Não foi citado o segundo posto de Massa, mas ele também já foi vice, mas vocês notam hoje em dia que este feito é pouco lembrado, falou em Massa hoje em dia e logo vem a lembrança de um segundo piloto…

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