7 de fev. de 2011

Robert Kubica levará cerca de um ano para se recuperar, dizem médicos

O polonês Robert Kubica sofreu neste domingo um grave acidente durante uma prova de rali "Ronde di Andora", realizado perto de Gênova, no norte da Itália. O piloto tem a prerrogativa de disputar competições off road em seu contrato com a equipe e participava de sua primeira prova em carros da categoria S2000. O Sköda Fabia que pilotava saiu da pista em alta velocidade e atingiu um guard rail frontamente. Uma das lâminas atingiu o meio do carro, passou pelo motor e atingiu o lado direito do corpo de Kubica, que teve fraturas múltiplas.

Acidente de Robert Kubica Kubica está internado no hospital Santa Corona di Pietra Ligure, próximo à cidade de Gênova, e está sendo atendido por uma equipe muito bem conceituada. Além de Riccardo Ceccarelli, médico da Renault e criador da Formula Medicine, organização que cuida da saúde de vários pilotos da Fórmula 1, o Professor Igor Rossello, especialista em cirurgia nas mãos, integram o time que cuida do polonês. Ainda é cedo para saber a extensão das lesões no polonês, mas é muito difícil que ele consiga andar nas primeiras corridas da temporada. Mas é bom não duvidar de sua capacidade de recuperação: após o fortíssimo acidente com a BMW Sauber no GP do Canadá de 2007, ele já queria correr na semana seguinte. E em 2003, como o australiano Ryan Briscoe lembrou no Twitter, ainda na F-3 Europeia, ele quebrou o braço em um acidente de trânsito, se recuperou rapidamente, voltou em três corridas e venceu logo em seu retorno. É um guerreiro.

MAs após sete horas de cirurgia, os médicos do Hospital Santa Corona deixaram a sala de com apenas uma previsão: a de que Robert Kubica levará cerca de um ano para se recuperar depois do grave acidente na manhã deste domingo, durante uma prova de rali, na Itália. O piloto polonês ainda vai ficar de cinco dias a uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesse período, o risco de problemas vasculares é grande. A possibilidade de ter de amputar a mão direita, por enquanto, está afastada.

- O risco é nos próximos cinco a sete dias, de haver problemas vasculares. Teríamos que operar novamente - disse o professor Igor Rossello, especialista em mãos, acompanhado por Riccardo Ceccarelli, médico da Renault-Lotus.

De acordo com o cirurgião, o prognóstico deve ser mantido fechado por pelo menos uma semana, enquanto os médicos analisam as condições de vascularização da mão e do braço direitos. Mas, mesmo depois que o piloto deixar o hospital, terá que fazer reabilitação por cerca de um ano.

- Um ano é a melhor previsão - disse Rossello.

Acidente de Robert Kubica O brasileiro Bruno Senna é o piloto reserva da Renault-Lotus. Na semana passada, o chefe da equipe, Eric Boullier, mostrou confiança em Senna caso fosse necessário uma substituição.

Fonte: GloboEsporte.com

Muitos pensam em ver Bruno Senna pilotando e eu confesso que pensei em ser uma grande chance a ele. Pensei nisso até saber da gravidade do acidente sofrido pelo polonês, eu queria ver o Bruno pilotando em alguma corrida, mas não nestas situações, me culpo e me critico por ter pensado assim sem nem saber muito sobre o caso. Antes de pensar em um brasileiro a mais na F1 eu quero que o Polonês que um dia merecerá estar numa equipe de ponta para finalmente conseguir ganhar aquilo que a maioria sabe que ele é capaz volte logo…

Um vídeo para lembrar um pouquinho do que ele é capaz:

Forza Kubica!!!

Gran Turismo FAIL

A difícil arte de reconstruir uma reputação

A partir de agora começo uma nova categoria no Blog, uma que fala sobre uma de minhas paixões…

Hoje é um dia muito triste para nós fãs do automobilismo, mas não escreverei sobre isso logo de primeira, irei colocar o texto que encontrei em continental-circus.blogspot.com que achei muito interessante, lá vai:

Na conferência de imprensa da tarde tarde deste grande prêmio, em Budapeste, Felipe Massa defendeu-se das acusações de que cedeu o seu comando em favor de Fernando Alonso, e de que é o segundo piloto da equipe. Quando me ouvirem dizer que sou segundo piloto, deixo de correr, afirmou o brasileiro em declarações ao Autosport inglês. Já falei com a equipe sobre isto e, o que tenho a dizer, é que estou aqui para ganhar. Mas também sou profissional e têm de compreender que trabalho para uma equipe, concluiu.Hungria 10Mesmo que entenda e compreenda as razões pelos quais ele se comportou dessa maneira, a sensação que se fica depois destas declarações é uma mistura de hipocrisia e uma reencarnação do que se passou nos tempos de Michael Schumacher, em relação a Rubens Barrichello. Já se entendeu que Felipe Massa não é um dos que tem fibra de campeão, que pega no carro e dá o melhor a todo o tempo. Não será um Ayrton Senna, e não é isso que se pede, mas comparativamente a Fernando Alonso, Sebastien Vettel ou Lewis Hamilton, até Jenson Button, Felipe não tem massa de campeão. Isso já se verificou antes, em várias situações ao longo da carreira.

Mas nos últimos dois, três anos, se percebeu que se esforçou imenso para melhorar a sua competitividade dentro do carro. Quase foi campeão em 2008 e em 2009, a sua época foi infernal, primeiro com o mau carro que tinha entre mãos e depois o acidente na Hungria, que o colocou fora de combate para o resto do ano. Aí, o capital de simpatia era grande, enorme mesmo, reconhecimento de que ele era um piloto, que, esforçadamente, merecia um título mundial.

Alemanha 10 2Só que em 2010, as coisas mudaram. A Ferrari contratou Fernando Alonso e Massa tinha de provar que aqui era território dele e que o se queria tomar, tinha de se esforçar. Era isso que esperávamos e queríamos dele. Sabia-se que mais cedo ou mais tarde, isto seria de Alonso, e aí, provavelmente, seria melhor a Massa mudar de ares, porque sabendo a maneira como trabalha o "Principe das Asturias", o espaço de Massa seria infinitamente pequeno. E muito provavelmente não estaria de passagem. Só não se esperava que entregasse os pontos tão cedo, ainda por cima quando sabemos que 40 pontos, com este novo sistema, é pouco mais do que nada, perfeitamente recuperáveis em duas corridas. Portanto, esse pretexto é pouco sólido.

E mesmo um segundo pretexto, o de que Alonso era mais rápido do que Massa também não era defensável. Os tempos eram equivalentes e o espanhol já teria antes dito na rádio a sua insatisfação em estar atrás do brasileiro. Portanto, ara além do tiro de canhão da Ferrari, a sua atitude de profissional, que se respeita, deu cabo da reputação de piloto, aos olhos de muitos. No Brasil e no Mundo.

Ferrari 64

Já se falou exaustivamente dos jogos de equipe e como elas fazem parte do automobilismo ao longo dos últimos cem anos. Concordamos com elas, desde que sejam usadas nos devidos lugares, nas devidas alturas, sob determinados princípios. Sei que, lendo a história e os vários exemplos nela existentes, que a cultura na Ferrari sempre foi a do carro, em detrimento do piloto. Daí eles terem pedido a Peter Collins para que cedesse o carro a Juan Manuel Fangio, em 1956, e que 23 anos depois, Enzo Ferrariter pedido a Gilles Villeneuve para que abdicasse da luta pelo título a favor de Jody Scheckter, pelo simbolismo da conquista do título em Monza.
Para não falar do mito urbano mais famoso de todos. Quando Eugenio Castelloti teve o seu acidente fatal, em Março de 1957, em testes privados, a primeira pergunta que fez após receber a terrível noticia foi saber o estado do carro que ele conduzia: "E la macchina?"
Posso entender o gesto de Hockenheim como uma forma de demonstrar que a Ferrari ainda é uma equipe a lutar pelo título. Mas o local, as circunstâncias e os regulamentos que elas suportam foram as piores possiveis: na Alemanha, num GP patrocinado pela Santander, um banco espanhol, nacionalidade do - agora já sabemos - primeiro piloto. E ao fazê-lo às claras, deram um tiro no pé, daqueles de canhão.

Alemanha 10 9Em suma, digo mais uma vez que entendo as declarações de Felipe Massa como forma de apagar o fogo da polémica. Quero acreditar que ele estava a ser honesto, mas é o velho principio da reputação: a dele está nas lonas, porque num país que têm um complexo de baixa auto-estima, como o Brasil, e por isso não tolera segundos colocados, vai ser muito dificil juntar e colar os seus cacos. E durante muitos anos, muitos o irão chamar de 1C e não o deixarão que ele esqueça desse episódio. Olhem para o Rubens: não acham que ele hoje em dia ainda sofre com o Austria 2002?

Texto muito interessante e epito novamente onde encontrei: continental-circus.blogspot.com